Slow Medicine “O  tempo não apenas cura, reconcilia.”

Falta de tempo … muitos pacientes … cansaço… médicos pouco envolvidos…consultas rápidas….honorários deficitários… falta de resolutividade. Fatos que, na vida moderna, definem a prática da medicina. Resultados: frustração profissional e insatisfação dos pacientes.

Quando um jovem toma a decisão de seguir a carreira médica, esse fator, o tempo, não entra na conta. O que nos motiva a exercer a profissão é cuidar da saúde, tratar e curar quando possível. Nunca passa pela nossa cabeça que o tempo seria um fator limitante nesta profissão.

O movimento SLOW MEDICINE surgiu a partir da necessidade de “desacelerar” os atendimentos para melhorar os cuidados ao paciente e também aumentar a satisfação do profissional de saúde com os resultados de seu trabalho.

O primeiro artigo sobre o assunto foi publicado em 2002 em uma revista italiana de cardiologia (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11899567). Nos anos subsequentes surgiram outros artigos, em vários lugares do mundo, que, aos poucos, fortaleceram o movimento. Hoje, SLOW MEDICINE é um conceito que é seguido por aqueles que acreditam que o cuidar exige tempo.

Em 2010, um artigo de Katy Butler (What Broke My Father’s Heart), do New York Times, tornou-se icônico e motivou a escritora a contar a sua história no livro “Katy Knocking On Heaven’s Door”. O texto do artigo aborda como o tempo poderia ter mudado a história na doença de seu pai e na vida da sua família. Vale a pena ser lido.

Tempo, tão necessário e importante quando a saúde e o bem-estar daqueles que estão buscando nosso atendimento estão em jogo.

Tempo, que não existe dentro do padrão convencional de atendimento do sistema atual de saúde. Um sistema que remunera pouco, exigindo agendas lotadas e atendimentos rápidos e que frustra os dois envolvidos: o profissional e o paciente.

Quando médicos e pacientes passam tempo juntos, os resultados são incrivelmente mais positivos, principalmente na relação médico-paciente e isso é fundamental para a resolutividade que tanto buscamos quando o assunto é saúde.

Devagar: palavra que define o conceito SLOW MEDICINE.

Devagar, para podermos olhar nos olhos dos pacientes, ouvi-los e conhecer a profundidade dos sentimentos que podem estar influenciando sua saúde física.

Devagar, para abordar a totalidade do sofrimento que poderia ser simples para alguns, mas que pode arruinar a qualidade de vida de outros.

Devagar, para examinar o corpo, ouvir as queixas e entender a mente.

Devagar, para que esses seres humanos, chamados pacientes, possam ser acolhidos, não apenas em nossos consultórios, mas em nossos corações profissionais que batem forte quando somos agentes de mudança e de melhora na vida daqueles de que cuidamos.

O cuidar nem sempre implica a cura plena. Não somos deuses. Às vezes, o cuidar leva à cura possível para o paciente, mas com o acalento necessário.

Não é isso que nós seres humanos tanto almejamos? Acolhimento, atenção, amparo e carinho?

Tudo isso exige TEMPO.

Os médicos e os pacientes precisam de TEMPO.

Fernanda Andrade de Oliveira

Médica Gastroenterologista

CRM DF 12551

Dra. Fernanda Andrade

CRM-DF 12551

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Sobre
Médica formada pela Universidade Federal de Juíz de Fora – MG. Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Geral de Goiânia – GO. Residência Médica em Gastroenterologia no Hospital de Base do Distrito Federal.
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